quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

MENINA PERDIDA

Que foi menina? Por que você está chorando?
É que eu quero a minha mãe?
Como é que chama a sua mãe?
Minha mãe chama ... MÃE!
Não é isso, menina!
Eu me chamo Paulo.
Como você se chama?
Meu nome é Graciela.
Beleza, Graciela!
Agora me diz, queridinha!
Qual é o nome de sua mãezinha?
Minha mãezinha se chama... MÃE!
Não tem outro nome a não ser ...MÃE!
Meu nome é Íris.
Eu passeava com meu sorriso de boneca,
embelezando a rua como se fosse festa.
Eu tinha sonho dourado
de uma vida bela
e um mundo de paz.
Hoje já não canto mais!
Minha mãe sumiu na floresta.
Acho que foi a minha procura,
mas eu passeava nos jardins.
Estou chorando a procura de minha MÃE!
Por favor, senhores Paulo e Graciela,
Ajudem-me a encontrar minha MÃE.
(O Filho da Poetisa e Graciela da Cunha)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

ILHA DE PAQUETÁ E O ROMANCE "A MORENINHA"

Solicitaram-me fazer um poema sobre a Ilha de Paquetá.
O que escrever sobre esse local se jamais estive por lá?
A princípio o tema estava mesmo fora do meu alcance
até que me lembrei da leitura de um encantador romance

escrito no século dezenove pelo escritor fluminense Joaquim manuel de Macedo
e apresenta a estória de um amor de uma morena adolescente como enredo.
Esse romance fora escrito na época em que o estilo literário era o Romantismo
e tirou Joaquim Manuel de Macedo e a Ilha de Paquetá do total ostracismo.

Ah, perdão! Até agora não citei o nome do livro. Ele chama A MORENINHA.
A estória se passa na Ilha de Paquetá. Carolina e Augusto desde criancinha,
ao se conhecerem, de maneiras ingênuas, trocam presentes e juras de amor infindo.

Ao se reencontrarem, passando por várias intrigas e inúmeras provações,
o jovem casal concretiza a promessa infantil unindo para sempre seu corações;
imortalizando a citada Ilha e o escritor por apresentarem ao Brasil um romance lindo.
(O FILHO DA POETISA)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

BODAS DE OURO

   Pois é! São cinqüenta anos de casamento. São muitos anos de companheirismo, amor, cumplicidade, fidelidade, respeito e coragem. Graças a estes ingredientes superaram vários obstáculos e jamais se intimidaram diante deles.
     Convém lembrar que tudo isto não seria assim se a união de vocês não tivesse sido abençoada por Deus e que vocês não aceitassem de coração aceitado as graças de Jesus Cristo. Também vale ressaltar que a fé de vocês tornou-lhes dignos de tal graça divina.
     Pois é, cinquenta anos! Parece que foi ontem. O que desmente esta sensação são os filhos crescidos, os netos chegando, os cabelos de vocês tornando-se brancos e as rugas em seus rostos. Tudo isto é o sinônimo de medalhas adquiridos pelo ato de bravura em transpor várias adversidades e com isto adquirir de seus filhos o orgulho e a felicidade em tê-los como pais.
     Pois é, cinquenta anos de vida conjugal! E tem gente que anda pregando que o casamento é uma instituição falida e que a família está em extinção. Vocês nos dão o exemplo de que quem defende está idéia sofista, não deve levá-la a serio, pois agem como fariseus...
     Pois é, cinqüenta anos! Um parabéns especialíssimo e que Jesus continue abençoando a união de vocês por toda eternidade.
(O FILHO DA POETISA)

A ESTRADA

     Pois é! Nem sempre há flores nesta estrada, como também nem sempre há sol, há brisa,há canto de pássaro e a natureza enfim. Ao invés de se deparar com esses elementos encantadores e poéticos, deparamos com enormes monstros horripilantes que dia-a-dia vêm abafar o nosso desejo de viver. De vez em quando, não somos torturados pelos monstros e, sim, angustiados pelos diversos tipos de grilos.
     Esta estrada que me refiro aqui, é a nossa vida e por ser a nossa vida, jamais devemos abaixar a cabeça e perder a coragem de transitá-la. Temos que ser bastante persistentes e seguros para não ser devorados por essas enormes feras que começam primeiro devorando o nosso cérebro e depois a nossa carne.
     Não me considerem um autêntico pessimista, mas é tendo numa das mãos a realidade é que eu poderei com a outra (não logicamente) fazer com que esta estrada mude de aspecto e vista uma roupa tecida totalmente pela poesia e otimismo.
(O FILHO DA POETISA)

O QUE IMPORTA OS OUTROS?

O que importa os outros?
     Bem, eu sou eu, os outros são os outros; mas chega um momento da vida que eu terei que conhecer o ódio, o amor, a amizade, a inimizade. Chega um momento da vida que é saber distinguir o certo do errado, a verdade da mentira.
     Como conseguirei isso?
     Sim, através dos outros eu serei útil. Participarei de um mundo que não é só meu, mas sim de todos; da mesma maneira ajudei, eu serei ajudado; da mesma maneira que eu amei, eu serei amado; a mesma alegria que os outros encontram no viver, eu encontrarei; e a mesma revolta pela vida que os outros sentem, eu também sentirei.
     Os outros são importantes, pois me mostrarão como é a prática de uma teoria cristã (como vocês sabem falar é fácil, fazer é que é difícil).
     Através dos outros é que eu compreenderei o verdadeiro significado da palavra vida, do amor de Deus e de quem sou eu.
     É baseado nas idéias filosóficas, na verdade dos outros, e nos erros também, que eu formarei o meu caráter.
     É através dos outros que eu confirmarei estas teorias: o homem foi feito para viver em comunidade e não sozinho? Vivendo sempre aprendendo?
     É através dos outros que eu ficarei sempre perto de Deus e nunca longe dele.
(O FILHO DA POETISA)

SÃO JORGE E O DRAGÃO

CAPÍTULO UM – O INFERNO

Aaattchiimm! Pra quem espirrou, saúde! Muito obrigado!
Gente do céu! Depois do espirro bateu um cheiro forte de queimado...
Nossa, que horror! Tudo aqui no meu terreiro está tostado!
O negócio aconteceu agora! Está tão quente aqui que me sinto abrasado!

Parece que o meu terreiro virou de uma hora pra outra um inferno,
Sem capetas e aquele cheiro insuportável de enxofre eterno.
Sabe o que parece? Parece que o sol desceu para expulsar de vez o inverno.
Vendo tudo isso eu fico muito estarrecido e com esta situação me consterno.

Entrei em casa correndo e fui direto desesperado para o banheiro
visando derramar uma enxurrada de água fria em meu corpo inteiro
depois abri a geladeira, tomei água gelada e chupei o gelo bem ligeiro.

Abri a torneira por completo, enchi o balde e água no terreiro e a joguei
depois de horas e mais horas o meu terreiro todo com a água alaguei
e só assim, com muito custo,o imenso calor do meu lote, tirei.

CAPÍTULO DOIS – “SHERLOCK” GRILO FALANTE

Quem será o responsável, o causador por esse incêndio monstruoso?
Olhando minuciosamente percebe-se que o fogo surgiu por igual, o que é “cabuloso”.
Era para o fogo ter surgido num determinado local e dali ser espalhado, o curioso
é que o fogo surgiu de repente, tomando conta de tudo. Isso é muito misterioso...

Por Thot! Que coisa estranha! Próximo, não muito distante
Da minha casa o que vejo como pista? Marca de pata gigante;
Patas que, se eu não estiver enganado, é de um enorme lagarto. Interessante!
Lagarto descomunal é dragão ou animal pré-histórico. Não pode ser! É muito alucinante!

Animais pré-históricos são da época da origem do mundo. Dragão é da Era medieval.
O que esses ou um desses animais estariam fazendo aqui no mágico Portal?
Animais pré-históricos não foram extintos por um enorme meteoro que caiu na Terra afinal?

Vamos, Grilo Falante, pense! Se tenho como pista lagarto gigante e fogo, só há uma conclusão:
O único bicho enorme parecendo um lagarto e solta fogo que conheço é um dragão;
Já que ouvi espirro antes do fogaréu é lógico deduzir que esta criatura está com constipação.

CAPÍTULO TRÊS – DO IMAGINÁRIO À REALIDADE

Poderosos deuses! Será que não estou ficando amalucado? Não, não pode ser!
O meu terreiro foi vitimado pelo fogo! Está lá para quem quiser com os próprios olhos ver!
Então não estou doido de jeito nenhum, por mais incrível que possa parecer!
Há um dragão aqui no Portal. Tenho que encontrá-lo, evitar que algo terrível venha acontecer.

Quem poderia me ajudar?...  O dragão é enorme e eu sou tão pequenino
que sozinho não conseguirei livrar o portal desse cruel e bizarro destino.
Como destruir tal monstro? Não tenho a menor ideia! Nem imagino!
Só sei que estamos correndo um grande perigo. “Curuz” que desatino!

O pior é que se contar pra qualquer um, na minha cara eles vão ri;
com certeza vão perguntar que se algum dragão eu realmente vi
e a zombaria aumentará quando disser que apenas deduzi.

Primeiramente terei que muita calma e muita paciência
para provar a todos dessa besta-fera a sua real existência
e mostrar que o dragão existe, não é fruto da minha demência.

CAPÍTULO QUATRO – NO CALCANHAR DO DRAGÃO

Sendo eu um dragão de tamanho descomunal, aonde iria me ficar?
Floresta ou caverna? Um animal grande assim não será difícil de encontrar.
Se ele for para a floresta ficará mais fácil, dependendo do local, de se camuflar;
por outro lado, mais exposto ao perigo e mais fácil será de capturar...

Ficando numa caverna, o dragão ficará bem mais protegido
principalmente se esta caverna estiver bem alto, lugar difícil de ser atingido,
assim poderá se sentir bem tranqüilo e tendo realmente garantido
a sua total segurança... Preferirá caverna se este bicho for sabido.

Situado bem ao norte da floresta do Portal dos sonhos e da magia
existe uma caverna que servem para os morcegos de moradia
e para expulsá-los de lá, isto para o dragão quase nada custaria.

Vou chamar a Fada Vermelha para me ajudar nesta incrível missão,
por ser minha amiga, me acompanhará ,mesmo não acreditando em dragão,
pois ela tem como teoria de vida de nunca deixar um amigo na mão.

CAPÍTULO CINCO  -  NA CAVERNA DO DRAGÃO

Faltando quinhentos metros para chegar à caverna, uma grande bola de fogo veio em direção
deles, oriunda de um novo e escandaloso espirro do tal não saudável  dragão,
que, como suspeitara o Grilo Falante, estava com uma baita constipação.
Ele adquirira a gripe ao retornar da Lua à Terra, fugindo de uma eterna perseguição.

A Fada Vermelha transformou a imensa bola de fogo numa deliciosa maçã de amor
que deixará para usá-la quando o momento bastante oportuno for...
Graças à magia da Fada Vermelha, o Grilo não está sentindo aquele horrível calor
que o vitimara o primeiro espirro do dragão, quase lhe causando um estupor.

Grilo Falante e Fada Vermelha, não se assustem comigo, podem entrar...
Desculpe-me pelas terríveis labaredas, é que não as consigo controlar
porque estou muito gripado e os meus espirros não querem cessar.

Como você, dragão, sabia os nossos e aguardava desde já a nossa chegada,
Se eu tomei a decisão de vir aqui sem dizer pra ninguém nada
A não ser a Fada Vermelha que foi por mim na última hora convocada?


CAPÍTULO SEIS – CONHECENDO O DRAGÃO

Grilo Falante, sei que você é muito inteligente... este é o seu jeito...
mas temos que quebrar aqui um forte e horrendo preconceito
que o mundo ocidental impôs sobre nós, dragão.  Segundo ele o nosso grave defeito
é de estarmos sempre a serviço do mal, idéia esta, por ser mentira, realmente não aceito.

Ouça a verdadeira verdade e guarde para si como uma legítima sabedoria.
O conceito sobre dragão é o mesmo na oriental mitologia
quanto no maravilhoso mundo da antiga alquimia:
Nós, dragões, desempenhamos funções superiores e não baixaria.

Ocupamos, por isso, a mesma posição dos deuses... isto você jamais imaginara.
Praticamos sempre o bem, não praticamos o mal, isso jamais um de nós desejara,
Porém uma imagem falsa e negativa de nós o mundo ocidental de tal forma criara.

Não cabe a mim discutir com você como e o porquê que isto acontecera...
Fada Vermelha, livra-me, por favor, desta gripe que ao meu organismo acometera.
Na mesma hora a constipação da sábia fera por completo desaparecera.

CAPÍTULO SETE – SURGE SÃO JORGE

Tatsu, seu dragão, aqui quem fala é São Jorge, o seu algoz!
Não adianta fingir que não está aí, pois já ouvi a sua voz.
Anda! Saia! Vamos resolver de vez a eterna desavença que existe entre nós,
e assim que matá-lo, arrancarei a sua cabeça com minha espada e logo após.

Se você não vier aqui fora, não tem problema, irei até aí para buscá-lo!
Você já me conhece muito bem e sabe que eu cumpro o que falo.
Vamos! Venha cá pra fora! A sua covardia nesse momento não irá salvá-lo!
Vamos acabar com isto logo, porque estou ávido para derrotá-lo!

Aguarde-me! Já estou indo para aí, uma vez que você não quer sair!
É uma pena que será somente eu que irei exclusivamente assistir
a sua asquerosa criatura diante de mim piedosamente sucumbir.

Quando olha para a caverna, São Jorge vê uma luz vermelha intensa
sair da morada do dragão. Corajosamente o santo guerreiro pensa
somente em destruir o dragão para conseguir sua divina recompensa.

CAPÍTULO OITO – NÃO SOMOS MAL

Esse trem vermelho que eu pensei que era fogo antes de entrar, não é fogo, é bruxaria.
Que estória é esta, seu santo preconceituoso! Você já está me causando antipatia!
Isso que você disse é uma inverdade porque o termo correto é magia.
Ah, não! Nova entidade pagã do mundo da fantasia...

Vou aumentar ainda mais o seu muxoxo. Conosco também está um Grilo, um Grilo Falante.
Meu Deus! Sem querer acabo de entrar no abominável inferno de Dante
e o diabo aqui assume cada forma incrível, impressionante!
Fada Vermelha, Grilo que fala, talvez até de um dragão flamejante!

Bem que o seu Deus disse uma vez que vocês são homens de cabeças duras,
tudo que não conhecem e que existem, vocês creditam ao diabo; faz parte de suas culturas,
com isto às outras realidades são destinadas a elas as demoníacas venturas.

Eu sou uma fada, um ser criado pelo cosmo só para fazer o bem!
Não conheço outra força do que realizar apenas bondade a outrem,
então não é só você que foi criado para dar felicidade a terceiros, há outras além.

CAPÍTULO NOVE – EM NOME DO BEM

Apesar de nossas culturas serem diferentes, representamos à humanidades valores iguais.
Eu sou o dragão Tatsu e sou o sinônimo de dinamismo, bravura e liderança para os mortais,
sou símbolo de abundância e prosperidade ao meu povo... de algum mal, jamais!
Se quisesse lhe fazer alguma crueldade, já lhe teria feito, sou superior a você por demais.

Fugi da Terra para a Lua levando você magicamente comigo
porque o seu desejo cego e desumano em me matar colocava em perigo
toda a humanidade da Capadócia. Eu não sou o seu inimigo,
você é que deu asas a fofoca maldosa, não conseguindo separar o joio do trigo.

O quinto mandamento do decálogo transmitido a Moisés é: não matarás.
Lá não diz que poderá matar dragão, fada ou outro ser que você se julgar capaz.
O oitavo mandamento diz: ao teu próximo (que sou eu), falso testemunho não darás.

Dei-lhe exemplos concretos de que eu, dragão Totsu, não sou um ser maligno,
por isto você acha que me destruir então é um gesto de sua parte digno?
Como pode ser chamado de bem um ser que é capaz de matar outro ser benigno?

CAPÍTULO DEZ – APERTOS DE MÃOS

Por que você acha que estou aqui residindo neste fantástico Portal?
O Pinóquio sendo um boneco de madeira não tinha mente, logo capacidade cerebral,
daí eu surgi, uma vez que ganhou vida, para fazer o papel pra ele desse maquinário mortal
e com ele fiquei até que virou ser humano e passou a ter sua mente e alma afinal.

Insisto! Como o Pinóquio deixou de ser boneco e agora virou gente
Não precisava mais de mim. Agora ele tem o seu livre-arbítrio, é independente.
Eu não possuo nenhuma magia em relação aos habitantes daqui. Sou diferente
e na verdade sou tratado com muito respeito e carinho aqui por qualquer ser vivente...

Sabe por que pedi ajuda a querida Fada Vermelha? Por vocês dois preferirem esta cor;
Oferecendo vocês dois aquilo que gostam, estava dando uma demonstração de amor
e onde há amor a violência em hipótese alguma aparecerá, porque perderá o seu vigor.

Conscientemente convencido de que os três seres mágicos estavam certos,
São Jorge guarda suas armas e num gesto de amizade começam os apertos
De mãos entre os integrantes da estória. Agora sim: Dos males os dois mundos estão libertos.
(O FILHO DA POETISA)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O PRIMEIRO ENCONTRO

Quando os nossos olhares se encontraram,
senti toda a felicidade se apossar de mim,
as batidas do meu coração se aceleraram,
desejei que esse momento não tivesse fim.

Eu queria ouvir pela primeira vez a sua voz,
tocar suavemente os seus carnudos lábios,
sonhar com um lindo futuro dedicado a nós
onde amor e paz serão nossos entes sábios

Para te encontrar cruzara as mais distantes
fronteiras do universo e atravessara estrelas
que fulgem esquecidas da visão humana.

Enfim nos encontramos, almas irmãs constantes,
felizes viveremos nossas paixões somente por tê-las
mais uma vida linda como tantas outras se emana.
 (O FILHO DA POETISA e Graciela da Cunha)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A MUDEZ DE UMA POETISA

Vivo agora uma situação que me aterroriza,
não estou conseguindo os meus poemas escrever,
isto é um absurdo para quem, como eu, sou uma poetisa,
de pegar uma folha e não escrever uma linha se quer.

Sei que não sou deusa da poesia e nem tão pouco uma rainha,
acredito que para escrever eu necessite de uma inspiração.
Agora não conseguir escrever mesmo nenhuma linha
De um texto qualquer... causa-me muita frustração!

Numa situação dessa a quem devo pedir ajuda?
Aos meus amigos poetas? Ao deus grego da poesia?
O que devo fazer para que a minha inspiração deixe de ser muda?

Quem ao ficar ciente da minha história e teve de mim compaixão,
se for poeta ou um excelente leitor, que venha com toda energia
e passe-a para mim assim que me estender a sua salvadora mão.
(O FILHO DA POETISA)

P.S.:  Sendo solidário à minha amiga e poetisa Graciela da Cunha.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

UMA FADA COM CIÚME

CAPÍTULO UM - A DESPEDIDA DA FADA AZUL

Meninas, lamento dizer, mas eu estou indo embora,
não aquento mais viver desse jeito assim
num lugar onde o Grilo Falante me ignora
escrevendo poesias para todos, menos para mim.

Vocês não sabem o quanto que a minha alma chora,
Ser desprezada por alguém é realmente o fim,
Confesso-lhes que não entendi nada até agora
O desprezo que tenho do Grilo, já que não fiz a ele nada de ruim.

Até lhe apresentei uma amiga e os dois já iniciaram uma amizade,
ela já virou personagem da estória dele, enquanto que na realidade
nem um verso sequer recebi do nosso ingrato poeta.

Não posso viver com um sentimento negativo nesta terra encantada
E só voltarei aqui quando eu não estiver mais magoada,
Ajo assim porque acredito que esta é a atitude mais correta.

CAPÍTULO DOIS – AINDA UMA FADA RESSENTIDA

Você já conversou diretamente com o Grilo Falante sobre isto?
Não. Ele está sempre muito ocupado. Já escrevi dois textos sobre este tema
E não obtive nenhuma resposta dele. Não tocarei mais com ele nesse assunto.Desisto.
Acredito que jamais saberei ,Fada Azul, qual é realmente o problema.

Não há nenhuma razão pro Grilo Falante me tratar assim, insisto.
Não sei o porquê que ele não escreveu para mim sequer um poema,
eu não sei de fato o motivo pelo qual ele me pegou pra Cristo
Como também não sei o porquê não faço parte do seu esquema.

Vou-me embora, amiga, a decisão já está por mim tomada
E só há um jeito dela ser radicalmente mudada,
Mas isto dependerá só do Grilo Falante exclusivamente.

Não estou pedindo nada que seja assim tão anormal,
Apenas quero que o Grilo Falante me trate igual
Ele trata todo mundo e não dessa forma excludente.

CAPÍTULO TRÊS – O RUMO DA FADA DA LUZ

Fada da Luz, para onde você vai? O lugar você já definiu?
Caso a resposta seja sim, fale! Não nos deixe assim ansiosa!
Fada jady, vou para o planeta terra, para um país de nome Brasil.
Dizem que este lugar tem cada floresta maravilhosa!

Certo! Não diga não para mim, mas eu vou com você, viu!
Fada jady, sei o quanto a nossa amizade é valiosa,
mas não foi o seu coração que o Grilo Falante partiu;
não sei se você suportará ter ao seu lado uma fada tão rancorosa.


O que você disse só reforça o que foi por mim decidido,
uma verdadeira amiga não deixa a outra num lugar desconhecido
como se nada em sua vida de anormal tivesse acontecendo;

iremos juntas. Respeitarei o seu silêncio e/ou momento de solidão,
sempre que você sentir necessidade pode abrir comigo o seu coração
e eu a ouvirei atentamente tudo que você estiver me dizendo.

CAPÍTULO QUATRO – UM POUCO DE MITOLOGIA BRASILEIRA

As fadas chegaram ao Brasil. Nossa que mata mais bonita!
No princípio os indígenas acharam estranhas as criaturinhas aladas.
Como a Fada Luz do Sol era reluzente, consideraram-na filha de Coaraci,
Já que os índios não sabem o que são esses seres mágicos chamados de fadas.

De acordo com a nossa mitologia indígena tupi-guarani
O deus Coaraci é o deus sol que ilumina estas matas e estradas.
A Fada Jady Luapompom, para os índios, seria filha da deusa lua jaci
E desta forma a presença das duas fadas pelas crenças indígenas foram explicadas.

Ainda consoante os indígenas, as duas fadas eram uma da outra irmã.
Tudo estava na santa paz até que apareceu o deus Tupã
Deixando todos, eu disse todos, assustados e com o coração na mão.

Na mitologia tupi-guarani, Tupã é o deus maior
e os índios, além de respeito, sente por ele um grande temor,
pois esta divindade da mitologia brasileira é o deus do trovão.

CAPÍTULO CINCO – CONVERSANDO COM O TUPÃ

Criaturas mágicas oriundas do mundo do homem branco,
se vocês são seres de paz, podem ficar o tempo que quiser na minha terra.
Não sou de medir palavras, sou um deus bastante franco,
se vocês vieram fazer mal ao meu povo, desde já lhes declaro guerra.

Tamanho foi o susto que as fadas ficaram num tom branco
concomitantemente com o medo a voz delas emperra,
outra sensação delas é como se tivessem sido atingido no rosto por um pesado tamanco
por um excelente arremessador que jamais erra.

Dominando o seu medo a Fada da Luz se dirige ao deus maioral.
Deus Tupã, do mundo mágico que viemos só sabemos fazer o bem
nunca, jamais, nos foi ensinado praticar na vida qualquer mal.

Como criaturas mágicas, somos chamadas de fadas, somo de paz,
adeptas do amor, da harmonia, da fantasia e da felicidade;
ver o outro realizado consigo mesmo e em sintonia com o cosmo é que nos satisfaz.

CAPÍTULO SEIS – GARANTIAS DO DEUS TUPÃ

Deus Tupã, deixa-nos apresentar. Meu nome é Fada da Luz
e da minha querida amiga aqui é Fada Jady Luapompom...
A sua terra é lindíssima como eu sempre supus;
como diz os jovens de onde eu vim, ela é tudo de bom!

Pelas suas aparências físicas, ameaça a nós não se traduz.
Ouvi e guardei tudo aquilo que você disse em alto e bom tom,
dou permissão para ficarem aqui por tempo que acharem jus
e podem me chamar utilizando qualquer tipo de som.

Quaisquer seres vivos que estão nos meus domínios são protegidos meus,
não é à-toa que desse mundo aqui sou o supremo deus,
portanto podem ficar tranquilos aqui no Pindorama.

Deus Tupã se despede das duas fadas e desaparece,
os indígenas se ajoelham e dirigem a ele uma prece,
enquanto que as fadas sentem que ficaram livres de um grande drama.

CAPÍTULO SETE – ENQUANTO ISSO NO PORTAL...

Grilo falante! Grilo Falante! Ouça-me com muita atenção, por favor!
O que foi, Fada Azul? O que você tem de tão urgente para me dizer?
As fadas Da Luz e Jady Luapompom  foram embora. A primeira disse que você é o causador
Uma vez que nenhum texto sequer para ela você quis escrever.

Dindinha Fada Azul, não acredito! Que coisa terrível! Que horror!
Você sabe que todos são iguais para mim. Não tenho essa de ninguém proteger
inclusive para a Fada Luz fiz um singelo soneto com muito amor.
Não fiz qualquer texto, fiz um soneto, poema que é o mais belo de todos para se fazer.

Não me esqueci dela não. A Fada da luz está mesmo é equivocada.
Ela até me apresentou uma amiga sua bem recatada
e em nós uma sólida amizade começou naturalmente a nascer.

Por tudo que falei, não posso ficar nesta estória como culpado,
sou inocente, Fada Azul! Juro por tudo que é mais sagrado!
Se a Fada da Luz está chateada comigo, é um sério problema que tenho a resolver.

CAPÍTULO OITO – FADA AZUL CONVERSA COM O DEUS TUPÃ

Fada Azul, aonde que as queridas fadas desertoras foram parar?
Pelo que a Fada da Luz me disse, elas foram para o planeta Terra e o país é o Brasil.
Nossa, que lonjura! Fazer o quê! Vou ter que ir lá! Você pode me acompanhar?
Claro que sim! Muito obrigada por me fazer o convite de forma tão gentil.

Nas matas brasileiras, os dois ficam encantados com a beleza do lugar.
Relâmpagos, estrondos fortíssimos, mas  como se o céu está limpinho e na cor azul anil?
outra coisa que a Fada Azul e o Grilo Falante não saberão ainda como explicar
é de como de repente do nada um guerreiro indígena na frente deles veio aparecer.

Senhor índio, somos de paz. Eu me chamo Fada Azul e o meu amigo é o Grilo Falante.
Ah, não! De novo não! Mais uma entidade mágica dos caraíbas lá da terra distante...
O que está acontecendo com o mundo de vocês que estão vindo todos para o meu?

Quem não está entendendo nada somos nós!  Como assim? O quê que há?
Que estória é esta de todos os habitantes do meu mundo virem para cá?
Tem quatro seres do meu mundo aqui, ou será que de alguém minha mente esqueceu?

CAPÍTULO NOVE – O GUIA DEUS TUPÃ

Senhor Tupã, duas amigas nossas deixaram o Portal de Sonhos e Magia
e vieram para o seu mundo com a intenção temporária de ficar,
porém quem sabe através de uma boa conversa a gente conseguiria
de fazê-las com que ao nosso mundo elas pudessem retornar...

A situação é tão complexa que para lhe explicar precisarei mais do que um dia.
Sendo nós de realidades diferentes em muitos detalhes teria que entrar,
para que o senhor deus Tupã pudesse entender o caso como deveria
a fim de que uma decisão sábia o senhor pudesse nos ajudar a tomar.

Deixa pra lá Fada Azul. Eu os levo onde estão as duas amigas fadas
e tomem as decisões de vocês ouvindo coração e não precipitadas,
só lembro a vocês que poderão ficar aqui o tempo que precisar.

Obrigada, deus Tupã! Desculpe-nos por essa grande amolação.
Acredito que depois de uma boa, madura e sincera conversação,
Tudo naturalmente voltará tranquilamente para o seu devido lugar.

CAPÍTULO DEZ – HORA DE LAVAR A ROUPA SUJA

Fada Jady Luapompom  e Fada Azul, por gentileza, deixa-me com a fada da Luz a sós
Nada disso! Não tenho nada que falar com este Grilo Falante e vice-versa!
Fada da Luz, está havendo um grande mal entendido entre nós!
E ele só passará se nós tivermos uma ótima conversa.

Não temos o que conversar, Grilo! Umas das atitudes que conheço mais perversa
É o de desprezar alguém, não dando a ele sequer a vez e nem a voz
De participar do mundo no qual você está inserido, mal sabe que após
O tratamento recebido, machuca o outro, e a tristeza deste fica na mente submersa.

Você, Grilo Falante, escreveu belas estórias às fadas e até seres que nem é fada
E na hora que fui lê-las, cadê minha pessoinha? Nem fui sequer mencionada.
Com isto meu carinho por você está diminuindo assim gradativamente.

Pergunto para mim todos os dias: por que pelo Grilo Falante não sou amada,
Se tenho a plena certeza que para ele e para ninguém de mal não fiz nada?
Portanto não quero ficar mais tocando nesse assunto. É muito deprimente!

CAPÍTULO ONZE – COMO NASCE UM TEXTO

Fada da luz, esta confusão toda é por que você está com ciúme? É isso? Entendi direito?
Não me olhe assim, Grilo falante, como se eu fosse tola! Só constatei um fato!
Estou sendo bem sincero: Gosto de vocês e dos outros seres encantados do mesmo jeito!
Pelo que estou vendo terei que fazer a você um pequeno e esclarecedor relato.

Relato de quê, Grilo Falante? Lá vem você passar a lábia; este é o seu grande defeito!
Não fale assim, Fada de Luz!Ouça os meus argumentos e verá que estou sendo sensato.
Você por acaso sabe como um autor escreve o seu texto? Creio que não sabe pelo jeito!
Assim que lhe explicar vai riscar do seu coração a seguinte frase: O Grilo comigo é ingrato.

Escrever é um dom que uma pessoa recebe de um deus chamado de Febo ou Apolo.
Através de uma força iluminadora chamada no senso comum de inspiração,
 o autor a recebe e assim pode escrever um texto com terceiros ou solo.

A inspiração, quando ela surge, praticamente nos entrega o texto pronto,
como fizera o arcanjo Gabriel ao ditar para o Maomé o sagrado corão.
O autor só terá o trabalho de materializar o texto no papel sem confronto.

CAPÍTULO DOZE – A PRODUÇÃO DE UM TEXTO

De onde vem a inspiração? Fique tranqüila que eu vou detalhadamente lhe explicar.
Deixa-me lembrar com exatidão desta encantadora e verdadeira estória.
As musas são deusas das artes e seguidoras de Apolo vieram depois se tornar.
Em quantidade de nove, elas são filhas do grande Zeus com a deusa Memória.

Até agora está tranqüilo? Está conseguindo o meu raciocínio acompanhar?
As musas nos concedem a graça de escrever sobre um determinado assunto para nossa glória.
A sensação que temos ao produzir um texto é que ele é um filho que acabamos de ganhar.
Ir contra a inspiração para escrever sobre o tema ou um personagem seria uma luta inglória.

Você não pode me culpar pelo que escrevo. Acho que lhe demonstrei que sou inocente.
Na verdade o autor parece um médium que recebe de um espírito um texto psicografado
sendo usado como um aparelho ou meio de trazer uma mensagem à terra do vivente.

Fada da Luz, você entendeu agora qual é a, na hora de escrever, minha real situação?
Peço-lhe, por favor, que tire do seu peito a minha falsa imagem de sujeito renegado
porque sem dúvida nenhuma não há preconceito ou desigualdade dentro do meu coração.

CAPÍTULO XIII – RESOLVIDO O TAL ENTREVEIRO

Nossa! Pensei que o ato de escrever fosse complicado apenas para iniciante ou aventureiro!
Pensei que tivesse controle do que escreve, escrevesse o que quisesse, o que bem entendesse.
Jamais pensei que tivesse, na hora de escrever, o autor que se subordinar a um deus primeiro.
Pensei apenas que você não escreveu uma estória para mim por sua pura falta de interesse.

Gostaria, Grilo , que você não mais lembrasse que houve entre nós tal entreveiro
e que você me perdoasse de coração e com todo seu carinho me compreendesse.
A gente que é leiga acha que escrever é um dom e para quem escreve é algo corriqueiro.
Se soubesse dessa realidade sobre o mundo da escrita, jamais faria um julgamento desse.

Esqueça tudo isso que aconteceu, Fada da Luz. Vamos agradecer ao deus Tupã a acolhida
e retornar  ao nosso aconchegante  e querido Portal de Sonhos e Magia,
pois é lá que reside toda felicidade que há em nossa mágica vida.

Garanto-lhe, Fada da Luz, que você será personagem de uma estória por mim escrita,
Só não tem como lhe dizer quando isto acontecerá e marcar para você um dia;
Só posso lhe garantir que entre outras estórias que escrevi, a sua será também muito bonita.
(O FILHO DA POETISA)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

"ZOAÇÃO" INFANTIL?!

Ei, menino, quantos anos você tem?
Tenho seis anos.
Conheço uma brincadeira legal...
Você me ensina, tio? Quero aprender!
Tá bom! Dê-me a sua mãozinha.
Vou começar.

Cadê o toucinho que estava aqui?
Não estava segurando nenhum toicinho, não!
Não é assim que responde, menino!
Você tem que responder que o gato comeu.
Mas tio, o gato não come toicinho não!
Gato come rato ou então ração para gato.
Isto é uma brincadeira menino!
Você tem que responder do jeito que estou falando.
Tá certo!

Cadê o toucinho que estava aqui?
O gato comeu.
Isto mesmo, menino! Respondeu certo!
Cadê o gato?
Ih, tio! Sei não! Deve está fugindo com medo de algum cachorro.
Não é assim que responde, menino!
Você tem que falar que foi pro mato.
Mas tio, gato não vai pro mato.
Quem vai pro mato é Maria Chiquinha.
Você, por acaso, não ouviu aquela música de Sandy e Junior...
“O que cê foi fazer no mato Maria Chiquinha
Eu fui no mato buscar lenha, Genaro meu bem...”
Você quer dar uma de engraçadinho, não é menino!
Não tio, não é isto não!
Tá bom! Quando eu perguntar “cadê o gato que estava aqui”
Você terá que falar que o gato foi pro mato.
Tá certo, tio!

Cadê o toucinho que estava aqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Isto mesmo, menino! Cadê o mato?
Meu pai capinou e colocou pro lixeiro levar.
Nada disso, menino! Você tem que responder que o fogo pegou...
Mas tio, se a gente botar o fogo no mato que o meu pai capinou,
A fumaça vai parar na casa dos vizinhos e eles pode achar ruim com nós.
Você e bobo em menino!
Se eu lhe perguntar “cadê o mato”
Você terá que responder que o fogo pegou.
Tá certo!

Cadê o toucinho que estava aqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato?
Cadê o mato?
Meu pai... não!
O fogo pegou
Legal, menino, é isto mesmo!
Vou continuar...
Cadê o fogo?
Tio, só pode estar no fogão ou no palito de fóscri.
Ô retardado! Não é esta resposta não!
Segundo, não é fóscri e sim fósforo!
Quando lhe perguntar “cadê o fogo”
Você terá que responder que a água apagou.
Tá certo!
Vamos de novo...

Cadê o toucinho que estava aqui?
Ahn... o gato comeu.
Cadê o gato?
Está fugindo... não! Foi pro mato.
Cadê o mato?
Meu pai Ca... não! A água apagou.
Cadê a água?
Eu estava com sede e bebi ela.
Não burrinho! A resposta correta é que o boi bebeu.
Você vai deixar de me dá água para dar pro boi, tio!
Nada disso toupeirinha! É apenas uma brincadeira!
Você terá que responder quando eu perguntar que o boi bebeu.
Tá certo!
Olha, já estou com vontade de parar! De não brincar mais!
Num faz isso, tio! Me ensina!
Tá bom! Vamos lá de novo...

Cadê o toucinho que estava aqui?
Gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Cadê o mato?
O fogo pegou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Virou carne lá no açogue.
Ah, menino, parei!
Faz isso não tio. Eu não sei!
Ah, que saco!
Quando eu disser “cadê o boi”
Você terá que responder que está amassando trigo.
Mas tio, quem amassa os trigos hoje é as máquinas, meu pai falou.
De novo, menino! Reforço: isto é uma brincadeira.
Tá certo!
Vamos de novo.

Cadê o toucinho que estava aqui?
Já certei essa tio! Vamos direto no boi!
Tá bom! Cadê o boi?
Está amassando trigo.
Cadê o trigo?
Sei não, tio.
Você tem que responder que a galinha espalhou.
Que galinha, tio?
A galinha da brincadeira.
Tá certo!
Cadê a galinha?
Essa eu sei, tio. Foi botar ovo.
Ô menino inteligente! E cadê o ovo?
Ora tio, o ovo agora virou pintinho,
Só depois a gente vai saber se o pintinho vai virar galo ou galinha.
Pra mim chega, pirralho!
Você está “zoando” comigo!
Não é isto, tio. Se o ovo não virou pintinho, então está na porta da geladeira.
Cheeegaaa! Fui! Tchau, seu menino bobão!
(O FILHO DA POETISA)

CHUVA DE DESENCANTO

CAPÍTULO UM – VAI CHOVER...

Fada das Águas! Vamos embora para a nossa casa,
está vindo uma imensa nuvem negra tomar conta do céu
e quando tomo qualquer chuvinha vem a gripe e me arrasa,
fazendo com que a minha saúde viva num verdadeiro escarcéu.

Tá bom! Tá bom! Vamos sim, minha querida amiga! Fada melada,
estou achando essa nuvem negra muito, mas muito esquisita!
O céu estava limpo, todo azul, com nuvens brancas e de repente surge do nada
uma gigantesca nuvem negra, se assenhora do firmamento e soberana nela transita.

Outra coisa bastante estranha em relação àquela grande nuvem negra
é que ela já surgiu assim, imensa, ocupando o céu do Portal por inteiro,
não seguindo em hipótese alguma por nós a tal conhecida regra

De surgir pequenina e depois juntar as companheiras na abóbada celeste
E aí sim preparando os seres vivos para receberem o aguaceiro
Todas as vezes que acontece no céu um fenômeno tão natural como este.

CAPÍTULO DOIS – UMA CHUVA DIFERENTE

Da nuvem negra desciam, pasmem, negros corações inteiraços,
Depois que eles saíam da nuvem relampejavam muito forte.
O relâmpago partia bem no meio o coração em dois pedaços
Como se fosse um açougueiro usando uma boa faca de corte.

Após cada relâmpago é que vinha da nuvem um trovão,
De novo sendo bem diferente da chuva convencional.
Os corações negros, partidos no meio, ao tocarem os seres vivos então
Faziam com que os mesmos trancafiassem o lado bom e libertassem o mau.

Ninguém do Portal sabia dessa consequência da chuva danosa,
Apenas que estavam diante de um acontecimento surreal
E por isto mesmo cada fadinha saía de sua casa muito curiosa.

O trovão não era um som estrondoso e forte e sim parecia um grito de dor
Saltado por alguém que tivera em seu peito cravado um afiado punhal,
Apavorando quem o ouvia, seja lá ele quem for.

CAPÍTULO TRÊS – AS CONSEQUÊNCIAS DA CHUVA

A Fada Arco-Íris teve as suas sete cores restritas à só uma: cinza.
A Fada Menina de sapeca e contente tornou-se infeliz e ranzinza.
A Fada Sol consubstanciou com a Fada Jady Luapompom virando eclipse lunar.
A Fada Azul tornou-se preta para que nenhuma energia positiva pudesse sair ou entrar.

A Fada Mão de Sol transformou-se em um dedinho de breu.
A fada Dourada virou Fada de Alumínio e se enferrujou.
A Fada Vermelha cujo significado da cor é a paixão que em nosso peito encerra
Continua com a sua cor vermelha, porém para representar o ódio e a guerra.


A Fada Dama Verde rapidamente ficou tão madura que apodreceu.
A Fada Rosa, coitadinha, perdeu a sua cor e com isto empalideceu.
A Fada Melada perdeu todo o seu doce, ficando com o sabor de puro fel.

A Fada das Águas virou vapor e pela nuvem negra acabou sendo absorvida
A Fada Primavera agora é outono para toda sua vida.
A Fada das Flores agora com as flores murchas não pode ser apetecida.

CAPÍTULO QUATRO – CONTINUAÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS...

A fada Cristal tornou-se um mero plástico transparente.
A Fada dos Sonhos virou um súcubo e agora assusta muita gente.
A Fada Ruiva perdeu todo o seu cabelo, passando a ter uma careca reluzente.
A Dona Carochinha transformou-se numa rebelde “aborrecente”.

A Fada Sonson não emite mais nenhum som e sem falar, que agonia!
Ficou ruim o nosso querido e feliz Portal dos Sonhos e Magia.
Agora é uma abertura de tudo que é medonho e cruel em nosso dia-a-dia.
Toda essa negativa inversão era a colossal nuvem negra que produzia.

Todos que eram tocados pelos corações negros e partidos
que desciam da nuvem negra ao chegarem aos alvos pretendidos,
perdiam todos os encantamentos que eles tinham adquiridos.

O ambiente ruim trazia mais negatividade a todos os moradores,
o clima agora ali podia ser resumido a todos os sentimentos de horrores
que todos traziam consigo. Eles só tinham direito de sentir dissabores.

CAPÍTULO CINCO – AINDA AS CONSEQUÊNCIAS...

A fada Cigana de Amor se transformou numa patricinha do tédio.
Até o Grilo Falante tentou evitar os corações negros, mas não teve jeito e nem remédio;
só que ele ficou tão deprimido que perdeu  o conquistado assédio
de todos do Portal. No auge da depressão sentia uma vontade enorme de pular de um prédio.

As coisas lá para o lado do Portal estavam tão esquisitas
que ninguém foi para receber as duas novas visitas
que acabaram de chegar. Cadê as coisas bonitas
que estavam nas últimas vezes que passamos aqui? E as fadas benditas?

De onde veio a nuvem que chove corações negros e estes gritos para serem partidos?
Por que as coisas aqui no Portal estão fúnebres parecendo não fazerem sentidos?
Por que será que até agora por ninguém fomos educadamente recebidos?

Perguntas e mais perguntas, hein Gênio! O pior e o mais impressionante:
até agora uma viv’alma  sequer nos informou onde mora a Lagarta que agora é Grilo Falante;
se estamos perto do tal inseto ou então quem  sabe dele bem distante?

CAPÍTULO SEIS – A CORDIALIDADE DA TARTARUGA

Humano! Oh, Humano! Não posso sair da minha casa, pois se estes corações tocarem em mim
Ai! AI! AI! Não quero nem pensar! Acabarei  virando em alguma coisa bastante ruim
Como aconteceram a todos os seres vivos que habitam esse ex-alegre lugar.
vocês dois...  Abdala e o ex-Gênio Vingativo. Encolhem-se. Tenho muita coisa para lhes contar.

O Gênio acata o pedido da tartaruga. Os dois agora dentro do casco estão.
Gênio! Abdala! Faz dias que não sei o que é uma boa alimentação.
Estou enclausurado na minha própria casa. Ela é que me protege desses malditos corações.
Podem se livrar do escudo energético. Aqui vocês não são alvos da nuvem negra. Indagações?

Dona tartaruga, antes de entrarmos, avistamos a nuvem e os corações negros descendo
Simultaneamente gritos de dores nossos ouvidos foram recebendo,
Com isto nossos sentidos de proteção viram que algo de muito estranho estava acontecendo
Assim que pisamos neste lugar, o Gênio criou uma redoma que até agora vem nos protegendo.

Num estalar de dedos o Gênio deu a tartaruga toda comida que ela precisava
Para acabar com a fome que sem piedade nenhuma lhe atacava.
Além de uma boa quantidade de água fresca que a tartaruga necessitava.

Enquanto saciava os seus desejos vitais, a tartaruga ia contando tudo em pormenores.
Abdala e o Gênio ouviam tudo atentamente com caras de horrores.
Todos os presentes achavam que o Portal vive hoje os seus momentos piores.

CAPÍTULO SETE - NOVAMENTE O GRILO FALANTE E O GÊNIO

Num estalar de dedos os três personagens foram transportados à casa do Grilo Falante
que ao ver o Gênio Vingativo  não teve reação nenhuma, de tão deprimido.
Apenas diz: acabe comigo e satisfaça todo o seu ódio por mim reprimido,
aí siga sua mesquinha feliz vida por ter conseguido algo que para você era tão importante.

Calmo Grilo! Esse Gênio que você conheceu não existe mais. Vim aqui para lhe agradecer
Por tudo de bom que você fez por mim. Deu-me a liberdade e o livre arbítrio para ser feliz;
No entanto nada mais justo do que o seu direito eu possa lhe devolver
De realizar os seus três desejos, Vamos a eles. Qual será o primeiro? Você sabe? Diz!

Tá bom! Vou fingir que credito! Diz o Grilo Falante ainda descrente:
O meu primeiro desejo é que você acabe de vez com esta minha terrível depressão.
Um novo estalar de dedos e a depressão do Grilo some num passe de mágica literalmente.

O Gênio não estava blefando! O Grilo Falante fica feliz completamente.
Posso , Gênio, fazer agora o meu segundo desejo então?!
Que esta horrível nuvem, esses corações malditos e histéricos gritos sumam imediatamente!

CAPÍTULO OITO – UM DESEJO DE BRINDE

Ao som de estalar de dedos o céu volta a ficar azul e as nuvens brancas como algodão.
Terceiro desejo é que todos do Portal voltem a ser o que era antes da maldita nuvem aparecer.
Ao fechar a boca, O Grilo sente uma infinita alegria apossar de todo o seu pequenino coração
os seres vivos do Portal estavam iguais ao Grilo, tão feliz que não sabiam o que dizer.

O Portal dos Sonhos e Magia voltara a ficar novamente lindo,
as cores se destacando na natureza, as águas cristalinas correndo no rio,
a bicharada e as fadas, todos, majestosamente sorrindo.
Como é gostoso ver o Portal livre de todo aquele diabólico mal e sombrio.

Gênio, realmente não sei como lhe agradecer o inesquecível bem que você hoje nos fez.
Que isto Grilo! “Chumbo trocado não dói”! A sala se torna uma risaiada só.
O Gênio agora se sente aliviado com sua consciência tranqüila por toda de uma vez.

Estou me sentindo tão bem que vou quebrar o protocolo e lhe conceder mais um pedido.
Não precisa, obrigado. Estou bastante satisfeito. Fui  nos desejos muito bem atendido.Oh,
não faça cerimônia! Sinto que você tem um desejo que é de descobrir quem é o culpado.

CAPÍTULO NOVE – O CULPADO DE TODOS OS MALES

Todos ficam estarrecidos ao descobrir quem pelo todo mal causado é responsável.
Não acredito! Quem construiu a negra nuvem foi você, grande mago Merlin?!
Totalmente sem graça, o mago assume que fora o causador de toda aquela desgraça sim.
Apesar de ser um erro primário, vou justificar o que a princípio parece injustificável.

Estava fazendo uma nova porção do amor, uma vez que a minha estava acabando...
Para nós, grandes magos, isso é corriqueiro fazer, algo assim bem banal.
Sem óculos, deixei-o na cômoda do meu quarto, pedi ao meu aprendiz os ingredientes afinal,
Só que os ingredientes estavam com os prazos de validade vencidos. Eu não sabia quando

Misturei os ingredientes exigidos pela fórmula e estes provocaram uma grande explosão
que veio formar aquela nuvem negra de grande dimensão.
Como ventava muito naquele momento, os ventos a trouxeram para este lugar.

Insisto! Juro que não sabia que os ingredientes estavam vencidos, senão não os teria colocado.
Além de bastante experiente, sou um mago altamente conceituado
e não deixaria o meu respeitado nome no lixo ir parar.

CAPÍTULO DEZ – PEDIDO DE DESCULPAS

Estou aqui neste momento pedindo a todos os seres vivos do portal, desculpa.
Os transtornos por mim causados pela nuvem negra não foi intencional.
O erro foi do meu aprendiz, mas o erro faz parte da aprendizagem, portanto a culpa
Deve ser totalmente credenciado a mim. Confiei no meu aprendiz... falhei como profissional.

Se não tivesse dado cartaz ao comodismo, pegado os meus óculos e lido o prazo de validade,
Com certeza não usaria aqueles ingredientes com o prazo de validade expirado;
Usaria os ingredientes novos, lógico, portanto não aconteceria tal calamidade.
Chamo a responsabilidade. O material é meu. Se perdeu validade deveria por mim ser trocado.

Olha, não há nada que fazer aqui, o Gênio já fez o maravilhosamente meu serviço.
Só me resta agradecer ao Gênio pelo seu gesto solidário e ter resolvido isso.
Como pedido de desculpas, deixo pequeninos e coloridos unicórnios às fadas.

Esses animaizinhos são mágicos e serão delas como novos bichinhos de estimação.
Se precisarem de mim, podem me chamar, pois estarei de vocês sempre a disposição.
Vou-me embora. Não cometerei o mesmo erro. Deixarei minhas coisas mágicas organizadas.
(O FILHO DA POETISA)