quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O GORDO GRILO FALANTE

As musas comentaram da minha gordura
ao meu amigo Apolo, poderoso deus mitológico,
e ele veio ver com os próprios olhos - duvidando é lógico! -
que eu havia me entregado a essa má ventura.

Chegando aqui ele, rapidamente, ao Portal
considerou-me com aparência muito feia
Grilo Falante, você está descomunal!
O seu corpo está parecendo miniatura de baleia!

Acredito que você não consegue voar,
só se tiver ajuda de um alado e forte amigo,
e também só com pula-pula, olhe lá, você poderá pular...
desse jeito, Grilo Falante, sua vida está a perigo.

O que você anda fazendo Grilo Falante
Para obter esta aparência anormal,
Parecendo assim um mini-elefante;
Parecendo não inseto, mas sim outro animal.

Grilo Falante, o que fez você ficar assim?
Olha, a Fada dos Sonhos tornou os meus sonhos tranqüilos
e aqui estando com vontade como tudo que estou afim,
Juntando tudo isso e dormindo, vou adquirindo os meus quilos.

Aqui não existe a fada do emagrecimento?
Aqui não existe a fada da saúde?
Eu sou novo por aqui e pelo que pude
Perceber, se existirem, não tenho conhecimento.


Nenhuma fada comentou da sua barriga?
Nenhuma fada falou da papada do seu pescoço?
A resposta sendo não isto me obriga
A dar um jeito no senhor, seu moço!

Para que você volte a ter um corpo bom
E volte a ter uma correta educação alimentar,
Deixo você aos cuidados do centauro Quiron,
Se ele educa os deuses porque um grilo ele não conseguirá educar?

Agora avacalhou tudo! Vivo momentos de agonia!
E o Quiron ignora completamente o meu cansaço
Obriga-me a dar cem voltas em torno do Portal dos Sonhos e de Magia
E quando acabo de correr, mais cem flexões de braço.

Depois de tudo isto prá lá de esgotado,
A minha alimentação é água, mato ou verdura,
A me ver querendo ficar somente deitado
Quiron diz: as fadas deixaram você cheio de frescura.

Pinóquio não fez nada, abandonou-me meu amiguinho,
Como se dissesse: neste assunto não me intrometo.
E aí o boneco de madeira pôs os pés no caminho
Regressando à casa do Seu criador Gepeto.
(O FILHO DA POETISA)

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