segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O SABER FILIAL

Papai!
Eu sei que se você pudesse
passaria o tempo todo comigo,
porém acontece que em nosso país,
o governo, os empresários e atravessadores
criam um dragãozinho malvado
que vem todo dia à nossa casa
dar uma mordida no seu bolso
levando-o a duplicqar, praticamente,
sua jornada de trabalho
para que você ainda mantenha
o nosso bem-estar social,
os nossos desejos realizados
e "o pão nosso de cada dia."

Papai!
Eu sei que você chega muito cansado do serviço,
todavia quero que você saiba que eu sinto muita falta:
da sua figura masculina em casa,
da sua voz grave chamando-me de filho,
do seu carinho paternal
e do seu amor - que eu sei -
é tão imenso como oda mamãe.

Papai!
Eu sei que como todo ser humano
você comete erros e acertos.
Os seus erros, eu os perdoo.
Os seus acertos, eu os vanglorio.
Graças a Deus que você é um ser humano,
pois se fosse para mim uma divindade
existiria um grande cisma entre nós.
Sentir-se-ia indigno de ter o seu amor paternal
e incapaz de lhe dar o meu amor filial.

Papai!
Na condição de ser humano
os nossos amores serão recíprocos,
existirá uma amizade eterna entre nós.
Eu sentirei orgulho de tê-lo como pai
e espero que você sinta bastante orgulho
de ter-me como filho.
Filho da Poetisa

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