CAPÍTULO UM – PERDENDO A VIAGEM
Esperem um pouco, Fadas! Para onde vocês estão indo?
Boa tarde, senhor duende! Eu e a Fada Arco-Íris iremos visitar o Mago.
Fada de Luz! Fada Arco-Íris! Acho melhor dessa ideia irem desistindo
porque o Mago não se faz presente, porém um convite lhes trago.
Convido vocês irem à minha casa, tomar um chazinho agora,
até bom que vocês descansam um pouco, me fazem uma visita.
Depois que tiverem revigoradas, aí sim, vocês irão embora.
O que acham do meu convite? Não veio numa hora bendita?
Olha, já perderam a viagem mesmo! Será que as duas me farão esta desfeita?
As fadas olham uma para outra e respondem uníssonas: tá bom, a gente aceita.
Os três então seguem felizes a tomar o chá da tarde tendo o duende como patrono.
O chá quentinho veio acompanhado de deliciosas torradas
Além de nela estar embutida um forte sonífero que fez com que as fadas
Caíssem imediatamente num pesadíssimo sono.
CAPITULO DOIS - A GALINHA DOS OVOS DE OURO
Ao acordar do fortíssimo sono, Fada Arco-Íris se surpreende.
Ela estava colocada numa caixa pequena de vidro transparente.
Apavorada com a situação, Fada Arco-Íris grita: duende! Duende!
Tira-me já daqui! Por que você está fazendo isso com a gente?
O duende solta uma gargalhada gostosa. Você será minha galinha de ovos de ouro.
Espere um pouco! Não estou entendendo nada, seu duende! Como assim?!
Como você é ingênua, Fada Arco-Íris! Graças a você terei enfim o meu tesouro;
afinal a gente não encontra um pote de ouro quando um arco-íris chega ao fim?
“Pode tirar seu cavalinho da chuva”! Não alimentarei de jeito algum a sua ganância.
Fada Arco-Íris, menos, menos!Acho melhor deixar de lado a sua petulância!
Se você não fizer o que estou lhe mandando a sua amiga, Fada de Luz, morre.
Observe! Sua amiguinha está noutra caixa de vidro com um manto negro perto.
Fada Arco-Íris, a cor preta representa no mundo ocidental ausência total de luz, certo?
Cobrindo com ele a caixa, o manto mágico sugará a luz de sua amiga, fazendo-a perecer.
CAPÍTULO TRÊS – EM DESVANTAGEM
Se a fada de Luz morrer há outras que poderão ter a mesma sina.
Cito-lhe a Fada Dourada, a Fada Sol, a Fada Mão de Luz.
Esse mantinho mágico absorverá toda luz que a tais Fadas ilumina
e o fim de cada uma delas será em sua vida uma pesada cruz.
Pelos deuses! Onde você encontrou este buraco negro em forma de pano?
Roubei do castelo do Mago. Ele tem cada apetrecho mágico fabuloso...
Chega de blá-blá-blá! O que escolheu? A vida da Fada de Luz vai pelo cano
ou você me torna um duende do mundo mágico mais rico e poderoso?!
Infelizmente não tenho outra escolha. Tenho que ceder a sua chantagem,
mas isso terá um fim e quando conseguir reverter a sua vantagem
nós vamos ter uma séria conversa franca de igual para igual.
“Ai que me meda!” A fadinha está me ameaçando?! Que coisa feia!
Fada é para realizar desejo, pregar o amor, e não aquilo que a gente odeia,
portanto o que você falou é apenas uma bravata de cunho emocional.
CAPÍTULO QUATRO – ACORDOU A OUTRA FADA ADORMECIDA
Mesmo ainda sonolenta, ao acordar, a Fada de Luz, percebe algo estranho no ar.
Fada Arco – Íris, tem como me deixar informada de tudo que está acontecendo?
Claro que sim, mas senta primeiro porque sei que você vai se assustar!
Á medida que a Fada Arco-Íris ia falando, a Fada de luz ia cada mais se benzendo.
Amiga, estou passada! O duende parecia ser uma ótima criatura...
Pois é, Fada de Luz! Não passava de um lobo na pele de uma ovelha.
O que vamos fazer, Fada Arco-Íris, para resolver essa desventura?
Ainda não sei o que fazer. O que você me aconselha?
Para fazer um arco-íris você precisará da varinha de condão. Estou errada?
Não, você está certa! Então este será o nosso único e ideal momento.
De posse da varinha você terá que agir rápida e nos livrar dessa enrascada.
Vamos fechar assim: amanhã, na hora que esse asqueroso duende aparecer
e pedir um arco-íris, assim que ele me der a varinha mágica, agirei afinal
com a intenção de libertamos dessa situação chata de doer.
CAPÍTULO CINCO – O PLANO DEU ERRADO
Mal o dia amanhece, o ganancioso duende levanta da cama.
Caminha apressadamente ao quarto onde estão as fadas prisioneiras.
Chegando lá, pega o manto negro, joga na caixa onde fada de Luz está e proclama.
Tome a varinha de condão, Fada Arco-Íris, faça o que lhe ordeno, sem asneiras.
Fada Arco –Íris pega a varinha, aponta-a em direção à Fada de Luz e libera a magia.
O duende misturando raiva com gargalhada tira outro pano preto do bolso.
Fada Arco-Íris ficou muito assustada, pois o pano preto engolira toda a mágica energia.
Não sendo possível livrar a Fada de Luz daquele terrível e escuro calabouço.
O duende joga o paninho negro sobre a Fada Arco-Íris e a enfraquece.
Toma-lhe a varinha mágica da mão e grita bastante irritado.
Fada trambiqueira! Que pretensão mais ridícula essa de me fazer de tolo!
Já que você não quer acatar a minha ordem, dar-lhe-ei o castigo que merece.
Ficará sob pano preto. Sugará a energia, acinzentando o arco-íris deixando-o desbotado.
Vendo o seu grande sofrimento este será o meu grande real consolo.
CAPÍTULO SEIS – TUDO DE NOVO
Já que vocês duas não vão me ajudar mesmo, o jeito é deixá-las aí morrendo lentamente
sob o efeito do pano negro. Quanto às varinhas mágicas, vou quebrá-las ao meio.
Depois olhou as duas fadinhas enfraquecidas com um olhar de fúria, infelizmente.
Logo em seguida, por estar contrariado, saiu do quarto soltando um monte de nome feio.
Idiotas, dentro de um prazo de vinte e quatro horas vocês estarão mortas!
Como pode! Preferem suicidamente a morte a me tornar rico cada vez mais!
Desgraçadas! Deram-me mais trabalho, coisa que duende da minha estirpe não suporta.
Para minha sorte, existem outras fadas com mesmos poderes. Espero que não sejam iguais...
O jeito é sair e ficar esperando outras criaturinhas mágicas semelhantes a elas,
Atraí-las para cá, bancar o bonzinho, logo em seguida surpreendê-las;
Inclusive usando aquelas duas fadas imbecis que mantenho como reféns.
Depois é só pedir e ter todo o tesouro que quiser num só segundo,
Tornando-me o duende mais rico e concomitantemente mais poderoso do mundo.
Nesse momento, eu mesmo, sem modéstia nenhuma, me darei os parabéns.
CAPÍTULO SETE – NOVA AMEAÇA
Por deuses! Sinto vir do Portal dos Sonhos e Magia energias negativas e vibrações alvoroçadas.
Infelizmente isso não é bom sinal. Só há uma coisa que eu deva agora fazer:
ir in locu, ver o que de ruim está acontecendo com as minhas queridas fadas
para depois tomar a decisão mais sábia que para ocasião possa parecer.
Não posso ir como mago. Muitas fadinhas ou seres do Portal não me conheceriam assim.
Por isso o Mago se zoomorfizou no querido amigo delas, o pequenino Grilo Falante.
Como estava saindo do castelo muito, mas muitíssimo preocupado sim,
o caminho para chegar às fadas parecia ainda mais longo e distante.
Olha só quem encontro por aqui! Você é o bendito e amado pelas fadas, o Grilo Falante...
Sou eu mesmo! Como o senhor duende me conhece? Pode, por favor, me explicar?
Em que, para o senhor, eu possa parecer alguém muito importante?
É simples seu estúpido inseto! Tenho um passarinho que adora um grilo crocante,
Portanto , caso você seja incrivelmente tolo e não fizer o que eu lhe ordenar
o meu amiguinho penado terá como refeição da tarde um suculento grilo falante.
CAPÍTULO OITO – MAQUIAVÉLICO
Ah, não! De novo não!Nesse Portal só deve ter criaturas que adota a ignorância como estilo.
Grilo, seu burro! Vou ser bem claro: se não me obedecer, você vai virar comida de passarinho.
Entendeu agora seu, seu sonso! Você não tem magia, não tem tamanho, é apenas um grilo,
nem acompanhado de suas amigas mágicas está, tornando uma presa fácil estando sozinho.
Já que você vai manter a resposta negativa, sua cabeça dura, não me dá alternativa.
Pegou o gorro de sua cabeça e o jogou sobre o Grilo, tornando-o mais novo prisioneiro.
Você é que escolheu o seu triste fim de virar para o meu passarinho comida
mas antes que isso aconteça, quero aumentar ainda mais sua tristeza primeiro.
O duende leva o Grilo Falante onde estão sendo vitimadas suas amigas.
O Grilo chama pelo nome as duas fadas, mas sua atitude foi em vão.
Fadas de Luz e Arco-Íris pareciam estar sobre efeito de imensas fadigas.
Não vou perder meu tempo lhe explicando o que está acontecendo com elas.
Correto! Poupe seu tempo, duende malvado. Sei muito bem qual é explicação.
O manto negro que colocou nas fadas, está sugando toda energia delas.
CAPÍTULO NOVE – PEGO DE SURPRESA
Minha mãe! Esse grilo não é só falante não, é inteligente também!
Seu inseto sabichão! Saiba que agora na minha cabeça você fez estrago.
Como você sabe sobre o Pano preto, se não falei nada dele para ninguém?
Ora, a questão é muito simples. É que na verdade não sou um grilo e sim um mago.
Quando o duende olha em direção do grilo, fica apavorado visivelmente.
Um frio do nada surge na sua barriga. A sua fisionomia de alguém assustado
é porque no lugar do pequeno inseto, o duende ver um ser em forma de gente.
Ainda tenho suas fadas comigo, Mago, portanto fazer mal a mim, não tente.
Suas mágicas amigas estão ainda sobre o efeito dos maléficos panos...
Que panos duende? Estes que estou segurando? O mago os panos no rosto, na mão...
Por tudo que é sagrado! Esse Mago poderoso vai acabar arruinando a mim e meus planos...
Se ele destruir os meus planos não tem importância, mais tarde faço outros, sem problema.
Se ele acabar comigo... não! Não posso deixar acontecer isso comigo não!
Para salvar a sua pele, o duende pensa rápido e monta outro esquema.
CAPÍTULO DEZ – PERSUASÃO
Chorando lágrimas de crocodilo, o duende ganancioso se faz de coitado.
Por favor, seu Mago! Pelo amor que você tem aos seus amados! Não judia de mim!
Sou apenas um pobre duende que passa a vida toda sendo pelos outros humilhado,
Por isso, sem querer, sou obrigado a agir, insisto, mesmo sem querer, assim.
Ajoelho-me perante sua magnitude. Não permita que nenhum mal caia sobre mim.
Reconheço que agi mal ultimamente, mas lhe peço bem humilde: dê-me nova oportunidade!
Tenho a plena certeza de que o senhor Mago poderoso não é da minha laia.
Acredito que você me dará outra chance. Você é Mago, é nobre, quase uma divindade.
Duende, vou lhe fazer uma pergunta e quero que você seja realmente bem franco:
O que farei com estes panos negros? Cobrir-me com ele para eu saborear do meu veneno.
Errou! Se agisse assim não seria um nobre como você disse. Cada pano negro ficou branco.
Branco representa a paz, a união de todas as cores, portanto captação de luz.
As fadas serão cobertas com ele, recuperando-se da saúde de modo pleno,
voltando a viverem felizes, com amor e magia; o que lhe é jus.
CAPÍTULO ONZE
Duende, vamos cuidar do seu caso, uma vez que o das fadas já resolvi.
Mais assustado ainda, o duende se atira aos pés do Mago e lhe implora.
Por favor, seu Mago, eu sei que corretamente com as fadas não agi...
pela primeira vez em sua vida as lágrimas sinceras de arrependimento chora.
Fique de pé, duende! Não lhe farei maldade a não ser que você queira.
Muito obrigado, seu Mago! O senhor tem um bom coração. Não vai se arrepender.
Fiquei a viver errado assim, por ser um sujeito que vive sem eira e nem beira.
Não vou mais seguir o caminho do mal; mas para ter minhas riquezas o que vou fazer?
Está bom seu duende, não aquento mais ouvi-lo falar em acumular riqueza.
Não fique irritado, seu Mago! Para nós, duendes, isso é pra lá de normal;
Pensar em acumular coisas valiosas faz parte de nossa natureza,
de acordo com as nossas fortunas é que temos mais ou menos prestígio social.
Entendi, duende! Pode pedir! O que você deseja para ter e aumentar o seu tesouro?
Para você deve ser simples, Mago. Eu quero ter o dom de tudo que tocar virar ouro.
CAPÍTULO DOZE – O EFEITO REI MIDAS
Não faça isso duende! Há muito tempo atrás um rei fez isso e deu tudo errado!
Lá vem você com estorinha só pra não atender meu pedido. Era bom demais pra ser verdade!
Não é isso duende! Mas você não quer me ouvir! Só me resta satisfazer sua vontade...
faça isso, seu Mago! Garanto-lhe que deixarei o senhor e as suas amigas fadas de lado.
Quando viu que tudo em que tocava virava ouro, o duende era só gargalhada.
Que maravilha! Virei uma fonte inesgotável de riqueza. Mago, muito obrigado!
Feliz , o duende se distrai, bate no vão da porta. Leva a mão à cabeça e vira estátua dourada.
O duende não ouve o não sonoro do Mago. Acaba que pelo próprio veneno é envenenado.
Fada Arco-Íris e Fada de Luz já estavam como antes, totalmente recuperadas.
Encontram-se com o Mago e mostram-lhe as varinhas mágicas quebradas.
Dê-me as varinhas de condão, pois esse problema irei agora resolvê-lo.
Ao tocar nas varinhas, as mesmas ficam inteiriças e voltam funcionar perfeitamente.
Apontando à estátua dourada do duende o Mago diz: olha o que a ganância faz com a gente!
Tudo resolvido. Fadas, voltem em paz às suas casas, enquanto eu voltarei para o meu castelo.
(O FILHO DA POETISA)
terça-feira, 31 de agosto de 2010
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